Me perdia de mão dadas com minha imaginação. Meu coração gritava em um desespero descompassado. Um som mudo que, agora, se convertia em lágrimas que, impiedosamente, insistiam em imitar a chuva que começava a salpicar as ruas. Era tão semelhante que eu quase cheguei a acreditar que alguém lá em cima sabia como eu me sentia. E talvez soubesse. A rua, de repente deserta, me pareceu o mais acolhedor colo. O mais sincero consolo. Então clamei: por favor, não apague o calor do amor. A sociedade já faz isso por si só, mas enquanto um souber como é se aquecer dessa forma, ele sobreviverá. Não o transforme em algo banal. Não diga o que não sente.
O sentimento é importante demais para mim. Mas infelizmente os sussurros do coração só são ouvidos por quem os quer ouvir. O orgulho o cala. Você é capaz de ouvir seu coração? Você é capaz de ouvir meu coração? Não pense muito. Você vai descobrir graves motivos para não arriscar. E é nesse ponto em que você acaba por cometer um erro. Siga seus instintos. Posso fazer você sumir da minha cabeça, se assim o quiser. Mas saiba que nunca poderei mentir ao meu coração. A mentira pesa. Não a quem contou. Mas quem a escuta ganha um mundo de ilusão, dúvidas, insensatez, medo. A pessoa se fere, e isso, talvez, seja o que a faz mudar. A sensação da liberdade devolvida é maior que a mágoa da sua doce lembrança. Se você gostaria que eu não mudasse nunca, guardasse uma foto minha.
Créditos: Caio SouZa e Juliana SouZa
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